24 março, 2008

....."Quando veio, Mostrou-me as mãos vazias, As mãos como os meus dias, Tão leves e banais. E pediu-me, Que lhe levasse o medo, Eu disse-lhe um segredo: "Não partas nunca mais". E dançou, Rodou no chão molhado, Num beijo apertado, De barco contra o cais. E uma asa voa, A cada beijo teu, Esta noite, Sou dono do céu, E eu não sei quem te perdeu. Abraçou-me, Como se abraça o tempo, A vida num momento, Em gestos nunca iguais. E parou, Cantou contra o meu peito, Num beijo imperfeito, Roubado nos umbrais. E partiu, Sem me dizer o nome, Levando-me o perfume, De tantas noites mais. E uma asa voa, A cada beijo teu, Esta noite, Sou dono do céu, E eu não sei quem te perdeu...".....

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