....."Abre-se o céu á tempestade cumpridos que foram, os sinais que o velho caminheiro percebera, no vôo da ave, na folha do carvalho, no gosto da boca... Silencia a noite o choro da criança que não fora, e da mulher tão só em desgraça plena de perdê-la, no sangue lívido das coxas ainda abertas... Guardam-se as dores no prenúncio do grande crepitar, dos relâmpagos e cuidam-se as portas mal fechadas, que o vento arrebata em furor de fogo, e soltam-se os guizos dos cães danados, em uivos de mortos... - "Que noite!..." - exclama a velha persignando-se, com a mão esquerda lívida no grito da coruja... Próximo o cavalo negro em seu tropel, e o guerreiro de olhos circulares sobre a paisagem, abre o peito e ensaia o gesto do punhal.... A luz coada da lua sobre o ferro ilumina o rosto, e a mão se retira na dobra do burel... - A donzela piedosa sustera o gesto no beijo, que de tão claro se fundira com a lágrima... E no céu agora o azul de lua plena...".....
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