28 maio, 2009

....."Tu vieste o fogo então reanimou-se, A sombra cedeu o frio de baixo iluminou-se de estrelas, E a terra cobriu-se, Da tua carne clara e eu senti-me leve, Vieste a solidão fora vencida, Eu tinha um guia na terra, Sabia conduzir-me sabia-me desmedido, Avançava ganhava espaço e tempo, Caminhava para ti dirigia-me incessantemente para a luz, A vida tinha um corpo a esperança desfraldava, O sono transbordava de sonhos e a noite, Prometia à aurora olhares confiantes, Os raios dos teus braços entreabriam o nevoeiro, A tua boca estava úmida dos primeiros orvalhos, O repouso deslumbrado substituía a fadiga, E eu adorava o amor como nos meus primeiros tempos, Os campos estão lavrados as fábricas irradiam, E o trigo faz o seu ninho numa vaga enorme, A seara e a vindima têm inúmeras testemunhas, Nada é simples nem singular, O mar espelha-se nos olhos do céu ou da noite, A floresta dá segurança às árvores, E as paredes das casas têm uma pele comum, E as estradas cruzam-se sempre, Os homens nasceram para se entenderem, Para se compreenderem para se amarem, Têm filhos que se tornarão pais dos homens, Têm filhos sem eira nem beira, Que hão-de reinventar o fogo, Que hão-de reinventar os homens, E a natureza e a sua pátria, A de todos os homens, A de todos os tempos...".....

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