07 abril, 2012

....."À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto,
De comando,
S.Leonardo vai sulcando,
As ondas,
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano,
Que ruma em direcção ao cais divino.
Lá não terá socalcos,
Nem vinhedos,
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados,
Serão charcos de luz,
Envelhecida;
Rasos, todos os montes,
Deixarão prolongar os horizontes,
Até onde se extinga a cor da vida.
Por isso, é devagar que se aproxima,
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança,
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho,
É um sorvo a mais de cheiro,
A terra e a rosmaninho!...".....

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