19 dezembro, 2019

....."Os olhos cercados como as ruínas dos castelos, 
Um manto de valados entre ela e seu último olhar, 
Num delicioso dia de primavera, 
Quando as flores camuflam a terra, 
Aquele abandono de tudo, 
E os desejos dos outros à sua vontade, 
Sem que ela pense, 
A sua vã vida respira senão a vida, 
O seu peito não tem sombra e a face desconhece, 
Que o cabelo ondulado o embala obstinadamente;
Palavras que palavras preto ou Cévennes, 
Bambu respira ou coaxa, 
Falar é servir-se dos seus pés para caminhar, 
Das suas mãos para roçar os panos como um moribundo, 
Os olhos abertos não tem fechadura, 
Sem dificuldade temos na boca e nas orelhas, 
Uma marca de sangue não é um sol pesado, 
Nem a palidez uma noite sem sono que acaba. 
A liberdade é tão incompreensível como a visita do médico, 
De que médico uma vela no deserto, 
No fundo do dia o ténue foco duma vela, 
A eternidade começou e acabará na cama, 
Mas para quem falas tu pois tu não sabes, 
Porque tu não queres saber, 
Pois não mais sabes, 
Por respeito...".....

Sem comentários: